você me diz que a morte é regra
nem me despedaço!
não acredito
não quero.
se essa for a grande verdade
me cego
me chago
me sangro
me esmero para não acreditar.
não será essa a cilada.
não será esse o tango
a dançar.
não agora nem nesse lugar
de demoras no seu quadril.
Eu quero que você não tenha raiva
do meu gozo, nem da minha alegria
mas, acho que seria pedir-lhe muito.
algo como deixar sem combustível
o piloto no meio do caminho deserto.
Eu quero que você não tenha raiva
nem agonia por não ser tão perto
o inferno dos outros.
O mundo está bêbado
As palavras estão mortas
Mórbidas baratas desfilam
Pelo edifício
A cidade dorme alheia
Ao nosso sacrifício
Um golpe de ar leva-me o fígado
Fosse verão veríamos o mar
e cantarias uma
Insanidade azul aos peixes
Para que da tua voz ressuscitada
Eu também renascesse
Lázara Papandrea, natural de Pouso Alegre MG, autora de “Tudo é Beija-Flor”, 2016, editora Penalux.
escreve no blog www.vestesdepalavras.blogspot.com
Belíssimos