Três poemas de Macaio Poetônio

 

Bares do Asfalto Macaio 196x300 - Três poemas de Macaio Poetônio

OS BARES DO ESTADO, 2016, Macaio Poetônio, Ed. Primata

 

 

 

REDENÇÃO

2.

o que posso dizer eu usava
um vestido branco com as meias
brancas
e o sapato
branco
pra corrigir o problema
que eu tinha ortopédico
que os meninos me
batiam eu que não era
branca

 

 

3.

a geladeira não guarda
a memória das marmitas
dos medos congelados
do êxtase de um morango
mofando
no silenciosamente de suas gavetas
junto ao par esquecido
de olhos assim sem
corpo
profundamente pretos não
guarda

 

 

8.

voracidade de cinzas
consumindo úteros
as fumaças sobem
em delícia

no suntuoso salão
o ar enrroxeado
nocauteando cabeças
correntes delicadas em esplendor

as letras eletrônicas devoram um corpo humano

 

 

 

Macaio Poetônio nasceu em 1990 na Paulicéia, sob o signo do centauro, filho de Mário, Murilo e Roberto. É um dos fundadores do portal de literatura Poesia Primata (www.poesiaprimata.com) e da Editora Primata, nos quais exerce as funções de editor e diagramador. Por meio da última, publicou as plaquetes Noturno (2014) e seu cadáver estava repleto de mundo (2015), e o livro Os bares do Estado, a ser lançado em dezembro de 2016.

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