TÁBUA DE PASSAR
Chegou a vez da camisa do marido. Aquela de colarinho engomado, no qual dias atrás encontrara marca de batom. Passou o ferro. Passou, passou… A raiva não passava.
HOMEM DE PAPEL
Foi ferido de morte. Do seu ferimento escorreram palavras. A última a abandonar seu corpo translúcido tinha apenas quatro letras: VIDA.
DE LUXO
Despindo-lhe da calcinha, descobriu a tatuagem.
– Não me admira que seja tão cara a sua companhia. Você é uma mulher “cinco estrelas”.
– Conte direito, meu bem. São apenas três.
– E os seus olhos?
Wilson Gorj é escritor e editor da Penalux.
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