MANJEDOURA
Vejam, senhores
A poesia está nascendo
Ela está nos olhos das crianças
Famintas, mas é também o pão
De cada dia
E este não saber para onde ir
Sim, senhores, porque o
Mundo geme.
PLANTIO DE ÁGUA
Sou feita dessas durezas
Que dos pés retira o piso
E a pelagem
Sou feita da lamparina
Sobre a mesa que passeia
Na casa inundada.
DO QUE AINDA PULSA
Devo encontrar
Em mim
O que ainda pulsa
É tudo tão imperceptível
(Só o retrato chora no
Descampado da memória)
Tinha risos, sim
Tinha rosas
Tinha cheiros
O amor com os olhos
Embrulhados de ternura
E a porta aberta para
Passar os desconsolos
Preciso encontrar o que
Ainda pulsa
Feito a faca cega
Pedindo perdão
À ferida.
LUIZA CANTANHÊDE / (Santa Inês/MA). Possui formação em Contabilidade, membro fundadora da Academia Piauiense de Poesia. Tem poemas publicados em antologias nacionais e internacionais. Publicou “Palafitas” (poemas, Editora Penalux, 2016). Prepara a publicação de um novo álbum de poemas “Amanhã, serei uma flor insana”. Há tradução de sua poesia para o italiano. Mora na capital Teresina.
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