Três poemas de Fabrício Marques

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Crédito de foto: João Marcos Rosa

 

AGORA
Pausa na noite.
Ninguém. Nenhum s.o.s.
Apenas: é-se.

 

 

ÊXODOS
vá para o ardor que te adense
vá para o salto que te sacuda
vá para o passado que te pertence
vá para o ruído que te restaure
vá para o frêmito que te festeje
vá para o vértice que te vasculhe
vá para o crepúsculo que te carregue

 

 

A TARTARUGA TARTAMUDA
deixem passar, abram alas amiúde
à tartaruga que, de ruga em ruga,
só pede calma ao tempo, tartamuda,
pra aprender a envelhecer dentro
da juventude, de ruga em ruga

 

 

Fabrício Marques (1965, Manhuaçu, Minas) é autor de Samplers (Relume Dumará, 2000, Prêmios Culturais de Literatura do Estado da Bahia), Meu pequeno fim (Scriptum, 2002), A fera incompletude (Dobra Editorial, 2011, finalista dos Prêmios Portugal Telecom e Jabuti) e A Máquina de Existir (Pedra Papel Tesoura, Fabrício Marques 2018).

***

Agora” está no livro “A fera incompletude”, enquanto “Êxodos” e “A tartaruga tartamuda” saíram em “Meu pequeno fim”.

 

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This Article Has 1 Comment
  1. Regis Gonçalves Reply

    Gran Faber, meu poeta de cabeceira!

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