PODRIDÃO ( HÚMUS )
Os vermes da poesia
devoram minha carne
ferozmente
para que eu seja
mais cedo
adubo para as flores
GANIDO
O poeta sobrevive
absorto
subversivo
de laia insubmissa
permite
que raças de estrelas
se mesticem
mameluco universal
mama na via láctea
depois late
ao frio sideral
PRELIMINARES
Prelúdio lúdico
e lúcido
lucro líquido
da selva de lírios
do teu corpo laico
lavrado em mármore
liso
que lavo com luva leitosa
e ausculto
na gruta de penumbras
enquanto tremula
a lanugem loira
das planícies
onde o poço do umbigo
é fonte de gozo
lírico
e na lâmina dos lábios
afio beijos larápios
no vão das línguas
alucinadas
que livremente lambem
a papoula de sangue
explode
em prazer explícito
vermelho vivo
e lânguida se dissolve
Daniela Pace Devisate nasceu em São Paulo,em 20 de julho de 1971. Escreve desde os 11 anos de idade, mas só tomou coragem pra tirar os poemas da gaveta há poucos anos. A Internet foi fundamental nesse processo, começou publicando no Escrevi vendo, grupo literário do qual ainda participa. Formou seu próprio grupo, o Alcateia, em 2017,um pouco depois de criar uma editora cartonera, pra publicar seus poemas e de amigos poetas que admira, em livros de artista, usando material reciclável e expondo em feiras de publicações independentes. Publicou poemas na revista Mallamargens e está para lançar seu livro de estréia pela Editora Fractal, ainda esse ano. Atualmente mora em Iguape, perto do mar, com o marido, o filho caçula, gatos e cadela.
Ainda bem que teve a coragem de se mostrar, acreditando no seu talento, ao contrário da grande maioria que prefere deixá-lo oculto, tal pedra preciosa sob o solo por onde todos passam, todos pisam. Parabéns!!!!
Que linda!!
Que orgulho!!!
Sempre talentosa!
Linda amiga da vida toda !!!saudades!
Linda amiga da vida toda !!!saudades!
Minha colega de editora de ótimos trabalhos. Vida longa!