“Tantas ilhas num mesmo mar” – Três poemas de P.F. Filipini

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*

Há em cada espírito solitário
um ilhado

que no primeiro afeto
se torna múltiplo e encolhe

e ainda que encolher-se
o apequene

sabe que ─ por ser sua própria
intimidade, fica vasto.

(In: Ensaio sobre a Geografia dos Cernes / Ed. Temas Originais, Portugal)

 

 

**

DA ETERNIDADE

Ama no instante porque
o agora é
a vida inteira.

 

 

***

Tantas ilhas num mesmo mar
que já não enxergam o mar

e nem mais sabem
                              [que são ilhas

Fiam-se a si próprios
e seguem avante

indo para trás.

(ambos in: Folhas dos ossos ou o tratado das coisas insignificantes / Ed. Patuá, SP)

 

 

P.F. FILIPINI nasceu em Rolim de Moura, Rondônia, em 1994. Tem formação universitária em Pedagogia e atualmente dedica-se exclusivamente à escrita. Cultiva solidão e se planta ao silêncio para sobreviver, eis sua costura de compreensão. Escreve. E nas horas vagas, existe: esta é toda sua substância. Vive através de uma timidez que lhe parece inerente, e é por isso que escreve: para ordenar cernes e tentar penetrar à realidade que sua conjuntura tanto dificulta. É autora dos livros: “FOLHAS DOS OSSOS ou o tratado das coisas insignificantes”, pela Editora Patuá (São Paulo). E “Ensaio Sobre a Geografia dos Cernes”, pela Editora Temas Originais (Portugal).

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This Article Has 1 Comment
  1. ana Reply

    esse rio de palavras é caudaloso, ótimos textos!

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