Centímetros de língua
Os teus centímetros de língua
Lambem a esfera do meu sonho
Não são azuis os meus dias
Não são virgens as minhas telúricas teo-agonias
Os teus centímetros de língua
Acendem o pavio esquecido
Da memória
[Inexistente pêndulo]
Que de tão estranha
habita-me
Entre redemoinhos
Dias sem nuvens
Nenhum líquido parece descer
Para lavar
Este aperto sem forma
www.literaturaefechadura.com.br
imagem: https://saudades.co/produto/baoba/
Please follow and like us:
Vou tecer uma observação que tenho feito nas minhas leituras de poesia. E também sobre um concurso de poesia chamado pague menos. As coletâneas deste concurso são oferecidas ao público em forma de ebooks. Lendo os poemas, se questiona, como podem estes poemas terem vencido? Como podem estes poemas terem sido selecionados e publicados? Pois é… a seleção escolhe por, talvez um simples motivo, serem palatáveis ao grande público. Às vezes a gente se pergunta: por que não existe mercado para a poesia, ou se existe é um mercado restrito? Porque me parece que poeta escreve para poeta e alguns se acham mais poetas e escrevem para o próprio umbigo, textos distantes da maioria da população que dispõe de vocabulário limitado e não gosta de pesquisar em dicionário. Quando encontram um poema agradável, sensível, dentro de sua realidade, gostam, leem e repercutem. Agora, minha gente, estes poemas rebuscados, ricos em subjetividade, é para poucos. Nos contentemos com o reduzido público. Continuemos escrevendo para nós mesmos.
Roberto, a leitura de poesia não é igual entre os indivíduos. O percurso poético nos difere, inclusive nos modos de ver e avaliar os textos, isto tem muita relação com aquilo que chamo de acuidade literária.