Foto de Edgard Oliva
outro outrora
todo dia era
o anúncio
de um novo
fim
delação
(para Clarissa Macedo)
poetas são capazes de assaltar
vírgulas inocentes
para tirar seu fôlego.
oficina ilibada
eu quero escrever um poema raro,
livre de autoironia, um texto limpo,
um poema indiscutivelmente claro,
nascido e criado e sabendo ao Olympo.
quero que esse poema iluda o faro
de um curador astuto e mui distinto,
cheio de boas intenções e ignaro
dessas questiúnculas dos mais retintos
bardos arrabáldicos sem preparo
para falar como poetas, minto,
para tergiversar como preclaros
universais, os vates não retintos
que, ora direis, não por mero anteparo
Negro Drama recitam nos recintos.
Alex Simões é poeta e performer. Publicou “trans formas são” (organismo Editora,2018), “Contrassonetos” (Mondrongo, 2015), “(hai)céufies” (Esquizo, 2014) e “Quarenta e Uns Sonetos Catados” (Domínio Público, 2013). Realiza quando em vez as performances “você tem seda?”, “a cappella de Waly” e “poesia chã”, entre outras. Tem poemas em antologias, coletâneas e revistas nacionais e internacionais, alguns traduzidos para o inglês e o espanhol.
Participa de importantes eventos literários e em diversos saraus e eventos multilinguagens na
Bahia e fora dela, desde os anos 90. Tem um blog: toobitornottoobit .blogspot.com.br
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