Três poemas do livro “A Intermitência das Coisas” da poeta Fernanda Rodrigues

 

 

 

Herança

uma herança
se constrói a cada dia

desenhos em forma de conversas

abraço:

ideias
transcendentes

vida gerando morte.

 

 

Intermitência

às vezes penso muito
me sinto fraca muitas vezes

perdida em sentimentalismos
em clichês quase afogada
muitas vezes sou tudo
todas as vezes sou nada

sou um vazio que se busca
um ser quase em construção

o langor vem com o tempo
com a sabedoria das coisas tristes

a intermitência, com a força
que sempre acho,
mas não existe

 

 

Depois

rascunho a conversa perdida
no emaranhado de pensamentos

o que fora um dia difuso
então clareia
e o caos deixa na boca
a profundidade da ocasião

sugerindo o sentimento
do “por que não pensei nisso antes?”

 

 

Fernanda Rodrigues é uma paulistana que ama gatos e café. Formada em Letras e pós-graduada no curso Formação de Escritores e Especialistas em Produção de Textos Literários, publica no Algumas Observações, desde 2006. É moderadora do Projeto Escrita Criativa e participante do Clube da Escrita para Mulheres. A Intermitência das Coisas é seu primeiro livro.

Please follow and like us:
Be the first to comment

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial