Herança
uma herança
se constrói a cada dia
desenhos em forma de conversas
abraço:
ideias
transcendentes
vida gerando morte.
Intermitência
às vezes penso muito
me sinto fraca muitas vezes
perdida em sentimentalismos
em clichês quase afogada
muitas vezes sou tudo
todas as vezes sou nada
sou um vazio que se busca
um ser quase em construção
o langor vem com o tempo
com a sabedoria das coisas tristes
a intermitência, com a força
que sempre acho,
mas não existe
Depois
rascunho a conversa perdida
no emaranhado de pensamentos
o que fora um dia difuso
então clareia
e o caos deixa na boca
a profundidade da ocasião
sugerindo o sentimento
do “por que não pensei nisso antes?”
Fernanda Rodrigues é uma paulistana que ama gatos e café. Formada em Letras e pós-graduada no curso Formação de Escritores e Especialistas em Produção de Textos Literários, publica no Algumas Observações, desde 2006. É moderadora do Projeto Escrita Criativa e participante do Clube da Escrita para Mulheres. A Intermitência das Coisas é seu primeiro livro.
Be the first to comment