“Sei que ela aponta algo como as flechas” – poema de Pedro Moreira

 

 

PERGUNTAR

Uma pergunta é uma arma atirando
no escuro. Como responder à bala?
Sei que ela aponta algo como as flechas
apontam. Antes que isso: matam.
Mas a quem. Mas onde?
Não é possível recuperar a bala
no corpo da noite. Mas,
o caminho do som rasgando
o escuro — vazio adentro —
é um fio condutor.
Perguntar é, antes de tudo, ouvir.

 

Pedro Moreira (1995) nasceu em em Itaí, São Paulo. Atualmente, vive em Rio Grande (RS) onde estuda Letras na Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Escreve poesia, conto e crônica. Tem textos publicados nas revistas Desenredos (Piauí) e Bacanal (Brasília). Publicou um livro de contos, Embora o mundo tivesse cor (2015), e uma coletânea de poemas, Oitenta e três idades (2016). Ambos foram publicados com o pseudônimo Gustavo Guza.

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