Três poemas de Elza Melo

 

 

Minhas estações

Minhas folhas
Ainda que amareladas
Pelo outono
Receberam com perfeição
A plenitude do inverno
Com sua frigidez
E aconchego
Agora não é mais o frio
Que acalma minha alma
Mas o afago do infinito
Amor que me envolve por inteira
Sua magnitude resiste e sobrevive
As friezas encontradas pelo caminho
A brandura que envolve meu ser
É capaz de guiar-me
Renovar-me
Acalentar meus passos
Como o toque da primavera
Que faz florescer minha vida
Minhas aspirações misturadas à sede de te amar
Deixam meu amor abrasador
Meu corpo efervescente
Como o calor do verão
Em noites quentes.

 

 

Nossa dança

Era uma madrugada
Quente e ardente
Sem pressa e a meia luz
Te abracei com meus olhos
Te envolvi pleno em meus braços
Ao som de um violino
Com morangos e vinhos
Dancei pra você
Meiga, lenta e faminta
De amor, carinho e aromas
Teus toques, delírios e encantos
Eram caminhos extasiados
Deixaram rastros em mim
Como perfume de rosas vermelhas
Sussurrei aos teus ouvidos
Narrando a voz do meu prazer
Lancei meus olhares
Nessa frenética espera
E suave entrega
De uma noite que começou
Com uma dança suave
Lua e estrelas
E acabou ao som no nosso amor
Uma orquestra louca
De beijos, suores e desejos.

 

 

Recomeçar

Amanhã bem cedo
Logo que o dia nascer
Quero me refazer por inteira
Acordar para a vida
Com sorrisos largos
Como aquele que desenhei
No meu papel de parede
Quero vê novas flores no meu jardim
Flores de diversas cores e aromas
Iguais os meus que deixo exalar
Pelas dependências da casa
Amanhã quando o sol brilhar
Quero que meus olhos brilhem
Com o mesmo brilho
Quando vê os teus
Caminhar cedo pela vida
Sentindo no coração
A mesma emoção que sinto
Quando toco em você
Amanhã quero amar como hoje
Viver o amor de sempre
E esperar todos amanhãs
Para te amar outra vez.

 

 

Maria Elza Fernandes Melo Reis –  Bacharel em Ciências Econômicas, Analista Contábil, titular da cadeira nº.11 da ACLA – Academia Capanemense de Letras e Artes, possui publicações em  Antologias nacionais e internacionais, escritora em diversas plataformas digitais e nomeada em concursos literários de âmbito nacional e internacional. 

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This Article Has 2 Comments
  1. Natalia Monteiro Reply

    Que versos maravilhosos !! Parabéns ! amei

  2. Roberto Monteiro Reply

    Gostei. Às vezes a simplicidade nos faz bem. A verdade em letras e versos é um bálsamo que nos reconforta desta tempestade de lirismo pedante e gente metida a virtuose… ainda penso que o coração escreve melhor do que o cérebro. Meu cérebro nunca amou porque o coração é que manda neste corpo feito de alma e osso.

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