nunca votei pra presidente. nunca, nesses meus trinta e três anos. pode
confiar, é um nunca certo. verdadeiro. que quando se vê, é pra se ver duas
vezes, porque é raro. o que mais tem por ai é um nunca que não é certo ou
verdadeiro. já vi muitos. em vários lugares. vindo de gente que usa o nunca pra
colocar fim em situações e, de repente, está lá tudo de novo, praticando a
situação.
tenho orgulho de nunca ter votado, pro cargo mais meritório do país. me sinto
especial, por isso. diferente da maioria, que vai as urnas, a cada quatro anos.
a última vez que eu soube,
a votação era por cédula, continua assim? deve continuar.
certamente tá igual. o Brasil tem dificuldade de mudar, qualquer coisa. a urna,
portanto, não preciso nem falar: não mudou também.
candidato, pra mim,
não me apetece, tenho pouco interesse, quase não conheço, tô falando sério.
acredite em mim. se pedirem pra eu citar nome de presidente, passo vergonha.
Luiz Inácio Lula Da Silva? acho que sei quem é. se não me engano,
foi no governo dele que inventaram o plano real.
pô, foi um plano mirabolante esse, embora ache que plano irreal é mais legal.
política, em geral, não faz diferença. sabe porquê? das poucas vezes que vi a
propaganda eleitoral, só vi candidato que se dizia capacitado ao cargo. nunca
ao contrário, em que admitia ter inaptidão. e é justo a inaptidão que me
interessa, cativa, que me tira da indiferença, que me faz querer saber mais
sobre,
pesquisar, ir além,
comentar com os amigos. presidente pra ter meu voto, tem que ser inapto.
além de não votar, não sei a capital do Brasil, nem onde se localiza. será que
fica no Brasil mesmo? ou a capital não tem costume de ficar no país? pra eu
saber, tenho que entender geografia? se tiver, tô perdido. perdido e muito.
não gosto de geografia, desde pequeno.
geografia dá falsa impressão de que se conhece o território. estranho. como
pode, uma única matéria, mapear sozinha um pais como o Brasil? de tamanho
equivalente a vários países da Europa. mas ai penso, pra governar uma nação,
confiar, é um nunca certo. verdadeiro. que quando se vê, é pra se ver duas
vezes, porque é raro. o que mais tem por ai é um nunca que não é certo ou
verdadeiro. já vi muitos. em vários lugares. vindo de gente que usa o nunca pra
colocar fim em situações e, de repente, está lá tudo de novo, praticando a
situação.
tenho orgulho de nunca ter votado, pro cargo mais meritório do país. me sinto
especial, por isso. diferente da maioria, que vai as urnas, a cada quatro anos.
a última vez que eu soube,
a votação era por cédula, continua assim? deve continuar.
certamente tá igual. o Brasil tem dificuldade de mudar, qualquer coisa. a urna,
portanto, não preciso nem falar: não mudou também.
candidato, pra mim,
não me apetece, tenho pouco interesse, quase não conheço, tô falando sério.
acredite em mim. se pedirem pra eu citar nome de presidente, passo vergonha.
Luiz Inácio Lula Da Silva? acho que sei quem é. se não me engano,
foi no governo dele que inventaram o plano real.
pô, foi um plano mirabolante esse, embora ache que plano irreal é mais legal.
política, em geral, não faz diferença. sabe porquê? das poucas vezes que vi a
propaganda eleitoral, só vi candidato que se dizia capacitado ao cargo. nunca
ao contrário, em que admitia ter inaptidão. e é justo a inaptidão que me
interessa, cativa, que me tira da indiferença, que me faz querer saber mais
sobre,
pesquisar, ir além,
comentar com os amigos. presidente pra ter meu voto, tem que ser inapto.
além de não votar, não sei a capital do Brasil, nem onde se localiza. será que
fica no Brasil mesmo? ou a capital não tem costume de ficar no país? pra eu
saber, tenho que entender geografia? se tiver, tô perdido. perdido e muito.
não gosto de geografia, desde pequeno.
geografia dá falsa impressão de que se conhece o território. estranho. como
pode, uma única matéria, mapear sozinha um pais como o Brasil? de tamanho
equivalente a vários países da Europa. mas ai penso, pra governar uma nação,
infelizmente, tem que dominar a geografia. conhecer os Estados, as capitais,
onde fica as usinas, o petróleo, qual tipo de clima e vegetação. caso não for
assim, o presidente se isola, fica dentro de casa, governa por celular.
se a lei falar ‘não pode capital no exterior’, eu acharia melhor.
assim dá pra burlar, fazer capital fora daqui.
por isso, admiro os fora-da-lei, há muito tempo. no duro. os fora-da-lei, a
maioria, não tiveram estudo, mas sabem burlar muito bem.
incrível né? deve ser dom, essas paradas.
ah, e quem tem estudo, nos últimos tempos, também estão burlando dignos.
até mais do que os iletrados. podem ter sido eles, os estudados, os inventores
da burla. quem sabe? pelo que li, quem inventou a burla deu o significado, mas
não soube praticá-la. uma pena. se tivesse no lugar do inventor,
eu teria praticado a burla muito bem.
imagina que louco: inventor e praticante na mesma pessoa:
daria um fora-da-lei muito mais capacitado,
pronto pra enganar e ser ardil, com à sociedade. sem erro.
atualmente, o que a sociedade precisa é de pessoas roubando. não importa o
que, onde, quando, tem que roubar. mesmo se a pessoa não estiver no pique,
força o pique, que o pique sai, e logo o roubo.
não precisa ser muitos roubos, nem muitos piques, apenas se forçar. se força
descontraído. pra tirar a mística que durante o roubo tem pressão ou algo do
tipo. e não custa nada. é rapidinho. ainda fica o roubo pra você, além do não
custa nada e do rapidinho. eu nunca votei pra presidente, mas se falarem que
presidente rouba,
vou acha-lo um fora-da-lei e logo mais interessante,
um motivo grande pra ir às urnas.
onde fica as usinas, o petróleo, qual tipo de clima e vegetação. caso não for
assim, o presidente se isola, fica dentro de casa, governa por celular.
se a lei falar ‘não pode capital no exterior’, eu acharia melhor.
assim dá pra burlar, fazer capital fora daqui.
por isso, admiro os fora-da-lei, há muito tempo. no duro. os fora-da-lei, a
maioria, não tiveram estudo, mas sabem burlar muito bem.
incrível né? deve ser dom, essas paradas.
ah, e quem tem estudo, nos últimos tempos, também estão burlando dignos.
até mais do que os iletrados. podem ter sido eles, os estudados, os inventores
da burla. quem sabe? pelo que li, quem inventou a burla deu o significado, mas
não soube praticá-la. uma pena. se tivesse no lugar do inventor,
eu teria praticado a burla muito bem.
imagina que louco: inventor e praticante na mesma pessoa:
daria um fora-da-lei muito mais capacitado,
pronto pra enganar e ser ardil, com à sociedade. sem erro.
atualmente, o que a sociedade precisa é de pessoas roubando. não importa o
que, onde, quando, tem que roubar. mesmo se a pessoa não estiver no pique,
força o pique, que o pique sai, e logo o roubo.
não precisa ser muitos roubos, nem muitos piques, apenas se forçar. se força
descontraído. pra tirar a mística que durante o roubo tem pressão ou algo do
tipo. e não custa nada. é rapidinho. ainda fica o roubo pra você, além do não
custa nada e do rapidinho. eu nunca votei pra presidente, mas se falarem que
presidente rouba,
vou acha-lo um fora-da-lei e logo mais interessante,
um motivo grande pra ir às urnas.
Matheus Felipo nasceu em 1986, no interior de São Paulo. É formado em História pela Unesp. Escreve, tira fotos de bonecos e faz malabares como hobby.
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Leitura interessante, gostosa de conduzir pelo humor e vivacidade das frases… mto atual e mto comum aos dias de mtos de nós rs…