Fernando Andrade | jornalista e crítico literário
Azul sempre foi tema de cinema desde Veludo Azul onde os segredos vinham à tona em algum momento, passando por Imensidão azul, filme de mergulho no sonho oceânico ao mesmo tempo indo sempre ao abismo do sentido. Até mais recentemente o azul é a cor mais quente, onde a estética da cor moldava numa ética de sexualidade livre e esfuziante. O azul é um fonte perene de poética, tanto aos olhos de alguém até uma eiva de tristeza matizada pela leitura\ literatura. A cor é a própria encarnação de um tema ou de seus múltiplos sentidos à flor da pele.
Com o jazz ou a encarnação teatral que se misture frisson e muita sedução à cortes de cabelos. A poeta Rafaella Brito em seu novo livro de poemas Prelúdio in blue, editora Penalux, fez seu cinematógrafo em vinil estilizado como um belo álbum de faixas muito true sensoriais sensuais.
Pegando um imaginário cine retrô e flamejante das femme-fatales tanto da canção com das telas, ela tessitura o poema referencial em odes para uma balada continua da história, por que não, relacional da música no imaginário cinematográfico, da própria história da música. São poemas lindos e cheios de batom e purpurina com o melhor glamour de 30 e 40 na MPB \ canção americana e os cortes transversais dos belos visons do fotograma de 20 à 50. A literatura é retrabalhada pela poeta em versos signo-filmes onde cada palavra melodia referencia uma emoção cinemática.
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