escrever
seguir o curso
entre a surpresa e o susto
ler as entrelinhas
como o vento nos arbustos
***
faço versos
sim, faço versos
sou réu confesso
faço versos
quando tropeço
no universo
faço versos de bobo
e não há acerto
que me faça
não errar de novo
faço versos
porque posso
se não faço
me da um troço
faço versos
por nada
por pirraça
é a minha cachaça
faço versos
porque quero
se nesse mundo
tudo tem um número
o meu é zero
***
nunca mais digo nunca
nunca é muito tempo
e sempre também
vou dar um tempo
vou dar tempo ao tempo
o tempo engole o tempo
engole tudo
os bons os maus tempos
num gole o temporal
vou dar um tempo
até o singular
virar plural
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