Interstícios | por Adriana Vieira Lomar

INTERSTÍCIOS FERNANDO ANDRADE - Interstícios | por Adriana Vieira Lomar

 
 
 
 

Adriana Vieira Lomar | escritora

Criei-me entre o agreste, o sertão e as grandes cidades. Quando li seu livro voltei à literatura de cordel com a visão de um escritor maduro, às voltas com o pensar filosófico da academia.
O livro pode ser pequeno em tamanho, mas é imenso quando cruza o erudito e o popular, o experimental e o domínio da escrita, as querências da atualidade e as quimeras.
Sentei, li e reli o conto poema e o poema conto e a coragem digna dos grandes escritores em fugir à regra e não temer a hermenêutica.
Interstício está entre as células, os dedos, entre as moléculas. Está intrínseco na realidade da nossa distopia – tão amorfa e odiosa.
Voltei ao seco e árido chão dos que sofrem, mas fui agraciada por respiros. Nem tudo é tão trágico e daí a fenda ser tão necessária – dela se esvai a brisa da literatura.

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