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Fernando Andrade | escritor e jornalista
O poeta cimenta de cal a palavra. Abrasa o interior da palavra com uma casa num afeto da ausência. O poeta rola pelo caminho, a pedra, perante a dura e resistente violência do desafeto. Há um desabamento que não são das pedras, e sim da destruição da civilidade, pois todo o perecível parece podre perto de uma poética, perto da própria noção de humanidade perdida.
André Galvão com faca e amolador nos agudiza os sintomas da cidade quando tudo desanda em morte e violência perante o nome das coisas, dos seres, a identidade que some pelo despertencimento ordinário da política, da indigestão social. Com agudeza crítica e ótima estética sobre o ritmo dos versos, o poeta refaz os signos da cidade, acompanhados de uma humanidade latente pelo ente que faz morada no cerne de cada espaço de pertencimento sobre o corpo, mente e linguagem.
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