Xyz em cosmipoéticas andanças pela terra
X, acabamos de chegar.
Sim, Y, tudo aqui parece plano, mas sabemos que a terra é esférica.
Onde está Z? Se perdeu neste nevoeiro.
Me parece que ele está zonzo de ser última letra.
Precisamos de um buraco, uma reentrância.
Para quê X?
Para fazermos sentidos aqui nesta terra.
Mas não temos fêmeas vogais, não vi nenhuma, X
Sim. vogais terráqueas, dizem que A é a mais bela.
Zás, acabei caindo numa pedra.
Como? Diz X, nesta substância, você encontrou alguma entrada?
Talvez se perguntarmos – podemos entrar? Silêncio.
Alguém disse que haveria uma pedra no meio do caminho.
Já vi isto naquele planeta pelo qual passamos.
Tratavam-na da Poética.
Sim, a arte da ressignificação
Até que travamos a guerra contra as Aliterações.
Sim, Y, elas queriam a alteração dos signos gravitacionais.
Sim, a repetição do espaço
Até o buraco negro desintegrá-la.
Sim, X, você lembra daquele professor Venusiano?
Claro! Ele nos lembrava da quadratura dos signos zodiacais,
Por falar em letra
Cadê o Z?
Z!? Z!? este nevoeiro está de zerar
Aqui! Nesta linha, encontrei uma portaaaaaaaaaaaaaa
Da pedra?
Engendrar
O que ele falou?
Fazer algo por acontecer
Onde você está Z? não enxergamos nada.
Eu atoa, achando um monte de gente bacana
Hã Z você caiu num buraco?
Numa cavidade gostosa…
Encontrou uma terráquea?
Vão naquela direção…
Achei uma forquilha sem a base
Entrei dentro ela e
É como se acoplar nas aberturas
O que faz das pernas uma zona aberta?
A faixa ou sua ausência?
Sim encontrei a tal vogal
Estamos nos conhecendo!
Fernando Sousa Andrade é escritor, poeta e crítico de literatura.
Be the first to comment