André Sousa nasceu em Fortaleza, Ceará. É professor de Filosofia, músico, pesquisador e jornalista em formação. Tem poesias publicadas em sites e revistas on-line e escreve sobre cultura e outros nomadismos em https://sousandre.medium.com/
I.
como um galho decepado
morando entre as folhas
bebo água da chuva
com o rosto na terra
com cheiro de orvalho
sou às vezes oco e seco
pego fogo ao meio dia
ou por outra fagulha
posso virar lenha
talvez lento adubo
ou canção esquecida
e decomposta
II.
duas chamas param na porta
piscam em código morse
para a rua insone
querem iluminar o vazio
entre sirenes ao longe
e o choro perto contido
querem beber do fogo
e das cinzas que fogem
e renascem no ar
também querem renascer
como palavra liberta
feito sol ou desejo
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