Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura
Regi um poema na região de uma música silente. Cada escutar de notas de um pássaro poeta. Não há fronteiras nas palavras, elas são as matas daqui ou de acolá. Bordei o silêncio com meus pés de lapiseira. Minha grafite é leveza. A escrita flutuou nos territórios, pois, os espaços não são físicos, são imagéticos, onde a fantasia vagueia pelas nuvens de sua autoria-imaginação.
Toda esta ciranda minha para falar do novo livro da poeta Bárbara Mançanares que poeta e proseia a melodia da cartografia do corpo que canta, pela editora Patuá. Bárbara traceja linhas que são notas musicais por onde pinta, córrego, riacho, diacho e muitas Minas espalhadas pelo mapa.
Não é a toa sua toada de cancionar a estética de ritmos e tropos da cultura deste nosso Brasil. As imagens parecem, crianças, que pulam e brincam de fazer sapeca e zoada com os nossos arquétipos de interior ou até de nossa metrópole urbana que está dentro de um matuto que reza e escreve com o fumo da memória. A autora tece fio por fio esta memória de antepassados, de famílias, de laços de amizade e amor dentre fazer sonhar e bordar o real mais altaneiro.
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