Canto dos vassalos
Bandeiras flamejantes
A cor do céu e de luto
Os corvos alimentam-se da morte
Em todo lugar só há desordem
Os vencedores cavalgam
Sobre o campo de mortos
Gritando vitória
E louvando ao Senhor
O inimigo triunfou
Os espólios roubados
As terras perdidas
E a guerra acabou
Esse é o canto dos camponeses
Vassalos dos derrotados
Sem terra, sem casa, comida e trabalho
A margem da história
Dos vencedores da guerra
Senhores feudais
Possuidores de grandes terras.
Esquina
Aquela esquina já viu prostitutas,
gays
e heterossexuais
todos trepando e gozando.
Aquela esquina já viu assaltos,
abordagens policiais
e viciados brigando por droga
tudo terminando em morte e chacina.
Mas até hoje aquela esquina
não tinha visto a fome,
não a daquele homem,
que mendigava para comprar comida
e que morreu na esquina.
Seu corpo, só pele e osso,
foi recolhido horas depois
pois lá passava gente e elas precisavam transitar.
Da Realidade
A desgraça
acontece rápido
você não vê, não ouve, não sente
ela só acontece.
Depois de dias
aquela sensação voltou
aquela sensação de prisão
de grilhão nos pés e mãos
na qual tudo fica pesado
E acontece por causa dessa realidade
essa realidade doente
mal cuidada e fria
onde todos vivem
E a desgraça acontece
mas ninguém se importa
porque estão embotados pela realidade
pra sentir qualquer coisa.
Eduardo Flávio Bastos Bandeira, natural de Belém. Bacharel em administração.
Descobriu-se poeta e escritor no ano de 2017 quando passava por mudanças em sua vida.
Atualmente tem várias obras não publicadas e algumas em andamento, tanto no gênero de poesia quanto de contos. Sua vontade de escrever e criar narrativas, porém, não nasceram em 2017, vem de muito antes de esforços desordenados de expressar o pensamento agitado e, por vezes, confuso que tem. Um dos ganhadores do I Concurso da Editora Folheando na categoria poesia, Eduardo Bandeira, vê na literatura de uma forma geral uma arte, de muita nobreza e grandiosidade. Por isso mesmo não consegue estabelecer, ainda, uma referência literária, mas tem apreço pelos romances de Harrold Robbins, e Dostoévski. Para ele a literatura tanto nacional quanto internacional tem uma capacidade de mudança muito forte para quem entra em contato com ela.
No tempo ocioso procura exercitar-se através da bicicleta, passeia pela cidade para sentir o vento e o calor da metrópole Belenense. Tem um apreço muito forte pelo sentimento de amizade, e talvez por isso, tenha poucos amigos. Uma pessoa que gosta do lar, mas também de conhecer lugares e apreciar momentos bons e tranquilos, sempre está em contato com seu interior, ouvindo a si mesmo, por vezes teimando com sentimentos internos, mas sempre, sempre ouvindo e mudando quando necessário.
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