Naiker Dàlmaso é poeta e letrista, natural de Vila Velha, E.S. Cursando Letras (Português/Inglês) lançou o livro de poesia “Flores de Esperança em Escombros Melancólicos” (2021, Página Nova).
A meu filho Dylan Dàlmaso
No outeiro de meu sonho
Onde o vento faz carícia
Sambam cores d’arrebol
Prefulgindo a pequenina
Linda face à luz do sol
Murmúrio d’água calma
Margeia o nosso abraço
Transluzindo alva lua!
Azulando o nosso laço!
Macia seda a sua pele
Cheiro leve e singular
N’ourado brilho breve!
Verde insone teu olhar
Pequenina face linda
Que jamais esquecerei
Pois, sei que vive ainda
No outeiro que sonhei
Nas estrelas tu estás!
Do brilho és mais forte!
No céu negro a cintilar
Onde os olhos a velar
Lagrimeja a tua morte
Pequenino filho meu!
Pequenina face linda!
Amor que vive ainda
Pra mim, cê não morreu.
Visões bucólicas e amor pela natureza marcam a poesia de Naiker Dàlmaso
Após se mudar para a Inglaterra, Naiker, provou o gosto amargo da vida em 2019, quando o seu primogênito nasceu. O que era para ser um momento de grande alegria, tornou-se uma terrível tristeza, visto que seu filhinho era portador de uma doença degenerativa, levando-o a óbito no mesmo ano.
Porém, foi neste período de maior fragilidade emocional, que o poeta descobriu nas palavras e rimas, uma válvula de escape para a sua dor interior. Passou a escrever, por ele mesmo, como uma tentativa de entender a situação e superar aquela fase dolorosa.
O título da coletânea, Flores de esperança em escombros melancólicos, traz um paradoxo interessante para o livro que está relacionado diretamente com os poemas.
Enquanto os escombros melancólicos retratam o período mais sombrio vivenciado por ele, as flores simbolizam a esperança e a superação do luto em meio ao caos emocional que ele se encontrava.
Além disso, seus poemas remetem às paisagens bucólicas e sombrias, tendo como grande inspiração literária Augusto dos Anjos. Suas poesias possuem um tom intimista, utilizando-se das temáticas como o fugere urbem e ambientes litorâneos.
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