Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura
O prosador não tem dor de caminhar poeticamente. Com seu realejo e sua viola, no tocador, ele sabe que ver algo acontece pela beiras dos caminho. Vê a realidade e logo no dobra da esquina de um ato poético que converse com a prosa, ele faz alguma epifania que se colore em som, em visual.
Poemas como da poeta Estela Lacerda, em seu Rio seco que vive em mim, editora Patuá, que traceja a família com cores e matizes de aquarelas. São traços discursivos, onde a saudade é uma maquinação do tempo. Ela é tão presente como um ponta de grafite e carvão de cidades de Minas, de Itabira, onde Minas carrega seus minérios como um mineiro raiz.
Estela parece cantar autorar memórias de experiências de vida dos avós, das redes dos camponês na beira da tarde quando o poente se avizinha para dizer as coisas sob densa noite de palavras. A vida sobre esta abordagem de crônica de costumes e de andanças sobre um rio seco, que tem leito cheio de lembranças.
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