Nathan Sousa (Teresina, 1973) é tecnólogo em Marketing, ficcionista, poeta, letrista e dramaturgo. Autor de 14 livros e uma peça teatral. Venceu por 10 vezes os prêmios da União Brasileira de Escritores e o Prêmio Cidade de Manaus 2021. Foi finalista do prêmio Jabuti 2015 e do I Prémio Internacional de Poesia António Salvado.
PR – Poeta Nathan Sousa, qual é a sua avaliação sobre a Literatura Contemporânea do Brasil? Há qualidade e robustez nesta quadra histórica tão plural e líquida?
NS – Meu caro Paulo Rodrigues, com o advento das redes sociais e das editoras alternativas, muitos talentos surgiram no mercado editorial brasileiro, nos últimos 10 anos. Até que vejo o cenário com bons olhos. Principalmente no que diz respeito a escritores e escritoras que, amparados por essas editoras, atentam-se muito mais à qualidade do fazer literário do que às exigências de um mercado leitor cada vez mais escasso.
PR– Nathan, o José Saramago brincava com a seguinte sentença: “não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”. Parece que sua vasta produção literária segue esse caminho. Como é escrever em vários gêneros com muita qualidade? Quais são os projetos novos do Nathan Sousa?
NS – No começo, quando eu ainda aspirava à condição de escritor, era o romance, o gênero que me atraía mais. Por força do destino eu acabei me destacando mais em poesia, mas isso, ao contrário do que muitos possam pensar, fomentou em minha natureza a transitar por outras searas literárias. Eu tenho projetos de escrita, ideias, títulos de livros elaborados, propostas de temas. Faço da minha arte meu laboratório de palavras. Não penso em repercussão. Penso em literatura. Os projetos são muitos, mas estou focado, no momento, em tentar editar meus livros vencedores dos prêmios da União Brasileira de Escritores deste ano, que são quatro. Com destaque para a minha estreia no campo da literatura infantil e juvenil.
PR – Poeta, você é um autor com muitas premiações. O que significa ganhar 10 vezes os prêmios da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro? O romance inédito A Casa Renovada foi premiado em 2022. Temos um romancista convivendo bem com o poeta?
NS – Significa muito para mim, especialmente porque sei da história daquela casa e do respeito que ela tem para com a nossa literatura. Nomes como Drummond, João Cabral, Assis Brasil e Salgado Maranhão, por exemplo, já venceram as premiações da UBE. Quanto ao romancista e ao poeta que habitam em mim, eles são muito amigos, bebem juntos, aprontam juntos. Nem briga por mulher tem. São dois jovens senhores educados e boêmios. O entrosamento entre eles é uma beleza. Minha estante de troféus e medalhas agradece!!
PR – Sua primeira peça teatral foi premiada pela UBE – RJ. Virou espetáculo com o ator Vitorino Rodrigues. É sucesso de público e de crítica. Podemos esperar mais do teatrólogo Nathan Sousa?
NS – Sim, certamente. Estou escrevendo minha segunda peça. Sou muito mais leitor de peças teatrais do que de qualquer outro gênero. Tenho um verdadeiro fascínio pelo texto dramático. Quero (e não nego) consolidar meu nome como grande dramaturgo.
PR – Deixe uma mensagem de esperança para os nossos leitores.
NS – Limpem as mesas, puxem as cadeiras, lavem bem os rostos, coloquem um bom rock and roll pra tocar e peguem uma cerveja bem gelada porque, se depender de mim, livros e peças teatrais não vão lhes faltar. Porque a vida pede escrita e reescrita. O resto é rabisco.
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