
Guilherme Preger – Na era das plataformas de streaming, você recupera a ideia do vinil para metáfora da vida. Nostalgia, ou você tinha uma crítica em mente?
Fernando Andrade – Minha ideia era brincar dos lados da vida. Desde criança nos colocamos em lados ou de muros ou do afeto, E sempre ouvia todo mundo falando mas e este lado b é mais vital que qualquer outro lado. Pensei muito em nostalgia, passado, presente e futuro, então queria que os lados fossem se certo forma um seguro e doméstico, e outro aventureiro, da rua, da política. Que o livro pudesse contar um vida meio biográfica, entre infância, e o universo tenso do fabular adulto.
Guilherme Preger – O Lado A do livro é mais “doméstico” e o Lado B mais “estético” e “político”. Gostaria que você falasse sobre essa divisão escolhida para os lados do “vinil da vida”.
Fernando Andrade – A parte como você disse doméstica entra-se mais na escolha individual, e focando em células da família, há uma relação com a casa, em seu universo nuclear familiar, disruptivo ou feliz.
O lado B vamos relacionar a estrada, a rua, os movimentos estéticos da coletivização, do grupo social, uma política de viés iconoclastas, e rebelde, o universo do desejo está socializado ao trabalho massificante. O vinil adulto com suas responsabilidades individuais e coletivas. entrando no mundo das relações das trocas, o capitalismo como mercadoria do corpo e da alma.
Guilherme Preger – O livro de poemas abre e termina com textos em prosa. Gostaria que você falasse sobre essa relação. As prosas são também poéticas, ou você acha que essa distinção poesia/prosa deveria ser superada?
Fernando Andrade – A poesia pode ser contextualizada num livro de ficção ou a ficção pode ser inserida num livro de poemas.
Não se trata de prosa poética, mas criar um universo orgânico onde a linguagem musical transita entre parte melódica do poema e a parte narrativa dos contos como ainda um acento poético. existem muitas ideias a serem trocadas entre um prosa que apure a linguagem como um poesia que acerte um prosaísmo
que beire a crônica.
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