Livro Entre, de Mariana Vieira
Fernando Andrade| escritor e jornalista
Uma canção não necessita de roupa. Ela traveste-se de alguma estética sonora.
Ela está no entreato da palavra e sua divina melodia. Podemos falar de amor não uniformizando sentimentos em tantas orações. Uma estrutura melódica pode sugestionar tanta afetividade quanto um declamador de paixões. São situações da falta daquele amor que se perde quando adulto procuramos na FM da estação de rádio.
Quanto de uma canção não se espera de amor perdido tanto na lembrança quanto na própria pele. A pele que pode ser a página onde se imprime lágrimas negras com letras de saudades ou de formas de esgotar recomeços pela vida adentro. No livro Entre, da poeta Mariana Vieira, pela editora Penalux, o amor dá o galope para noite diversa onde estrelas acompanham sonhos e fragilidades.
A poeta não transita pela sofisticação do enclave amoroso, mas sim, pela simplicidades de palavras conversoras com nítida interação de cumplicidade.
A canção atualiza a vida da obra da gente, como uma vitrola com seus riscos e seus anos, faixas de uma rotação que dança nos entreatos da memória e da busca por aproximação de tantos contatos, e nada de nenhuma solidão.
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