O livro de poemas ‘Sentimentos Guardados’ faz do ato de observar as mulheres um cancioneiro sobre o amor | Fernando Andrade

Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura

Escrever sobre mulheres não é cultivar algum tipo de platonismo. Para escrever não há algo ideal, projeção de minhas vontades. Escrever é fazer-se por si mesmo com o outro, material de desejo pela escrita. Portanto quando se escreve com o nome de mulheres em som e tom poético, não é aquilo que você almeja, mas sim do que você já teve, já anseiam pela experiência. E o que se trata do novo livro de poemas, Sentimentos guardados, do poeta Carlos Laet Gonçalves de Oliveira, pela editora Penalux.

O poeta sublima cada pedaço ou gesto do que já viu ou refletiu sobre não a condição do ser mulher, mas sim, sua fugacidade e perene beleza ao andar, falar ou cantar/escrever.
Para cada poema uma singularidade, em cada corpo, feitio de atração, e reconhecimento. Carlos tem uma poética musical, é letrista afeito à canção. E torna suas musas matéria de encantar ou cantar suas fases, luas, e trovas. O fato de já serem guardados em algum baú da memória, é porque existe um presente que realiza, um passado que se lembra mesmo que seja pelo ato da invenção da escrita.

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