Fernando Andrade | escritor e jornalista
Se a vida fosse uma tentativa de alcançar a obra perfeita. De influenciar a história alta aquela contada nos livros. Na imperfeição de uma vida privada, a autoria da vida comezinha, aquele da rotina mais perfeita. leve os fatos para a janela do mundo, onde cada um trabalha, corre em busca da grana, para um vida bem quista. Esta relação entre escrita como forma de experimentar a vida e obra, com tropeços, tentação da banalidade mais atroz é o mote do livro Tentativas da escritora Vera Albers, pela editora Reformatório.
Se a vida é prosa, miragem, o poema é paisagem a ser lapidada por mãos calejadas. Vera faz uma vibrante trilha onde imagens correm numa faixa entre o consciente e os signos e o inconsciente encoberto da linguagem. Seria como definir a rotina mais louca sensação de puro surrealismo. Vera tem tanto talento com a palavra que seus motes podem ser repetidos ao longo das narrativas. Como se fosse um cinema sem cortes, onde ritmo, som, cadência, levasse a história para a canção mais circular, onde o infinito do drama, performa tanto o conteúdo quanto na estética.
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