Fernando Andrade | escritor e jornalista
Amar (não) dar cena. Amar é uma peça. Então se a relação for coisa de cinema.
Mas a poesia pode falar do beijo na boca como seu mesmo sexo, sem cortes da TV.
A poesia não é babaca a ponto de usar a tarja preta, quando palavras fundem o amor homoerótico. Musas andam por aí passeando por Copacabana, de Elis à Hilda, com personalidades fortes, com fio da navalha à sangrar a hipocrisia da careta sociedade brasileira. O poeta Flávio Adriano Nantes em seu novo livro Biopoesia, editora Penalux, usa a vida escrita de um amor erótico e emocionante por seus homens, suas predileções, seus gozos\gostos musicais pela juvenília de uma canção, de um bardo que toque a pele, que poetize palavras vãs sobre o tempo de uma transa, de um folguedo que gruda na memória não como esquecimento, pois palavras para poética como Flávio faz em seu livro, misto de confidências, desvarios, uma sangria pela estética da palavra múltipla, de infinitas semânticas, polissemias do canto e da voz em língua portuguesa e espanhola, vendo as fonéticas de cada língua para seu sexo, para sua libido.
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