Fernando Andrade | escritor e jornalista
A dor de cotovelo já foi muito cantada na canção. O amor malsucedido, a paixão que acabou nos vinis devolvidos, e dvd ‘s nunca encontrados.
Mas o poema não precisa ser uma via de mão dupla onde cada ser se molda as palavras ou vãs – pero sim, poéticas onde o sentimento corresponde a cada nuance da melodia. Claro que cada caso, ou casamento não estabelece regras para uma ou outra comédia romântica americana onde o par é seu melhor amigo do bar. Quando li o livro Contra paixão, da poeta Maria Caú, pela editora 7 letras, vi que o olhar que se dá ao leitor feita pela poeta estabelece aquela piscada maliciosa, onde o leitor pode ter um acesso identificatório ao material roubado da Maria onde suas impressões digitais também apontam pegadas amorosas desiludidas por sua cara metade. O texto vai das preferências por homens mais “sensíveis”, até dos que prometem mundos e fundos que não cumprem o acordo nupcial. Maria tem o click para a câmera, estabelecendo, uma convivência para a fotogenia da imagem poética da grande angular da lente. Humor que não fere, mas prefere as sacadas e tiradas espirituosas que a tristeza de um amor ferrado, em veia escrita do que leva ao gosto e não desgosto – a literatura como sublimação da paixão esgarçada feito ponto final sem nó.
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