Livro de contos e crônicas ‘Cântico de Medusa’ promove os Deuses da escrita e imaginação em tom de conto e crônica

Fernando Andrade | escritor e jornalista

Você já observou hoje pela manhã como um autor anda? Um pé outro pé, e o pensamento tamborilando na caixa de ferramentas. Pensar e caminhar parecem ser a mesma coisa, quando andamos estamos mais para dentro de nós mesmos. Mas sentar para escrever é também andar com suas percepções, ideias para um poema, ou um conto. È movimentar seu gestual seu mecanismo interno de suas pulsões. A poeta e agora contista Alexandra Vieira de Almeida agora peregrina como uma caminhante pelo bosque da escrita onde a solidão parece serpente com sua maçã. Mas é enganosa o encanto de sua língua. Medusa tinha serpentes na cabeça. O veneno, a vacina também é sua cura. A poeta escreve como quem sonha, mas não delira como um louco desvairado. Sua ficção tem relação o que estuda saber dosar referências e religiões mais do oriente do que um cansado cristianismo. Gostei do cunho indagador de sua autora, pesquisando saberes, como caminhos ou trilhas para autoconhecimento. Sua curiosidade de doutorado em literatura não o deforma das questões mais íntimas do ser, a psicanálise também é uma forma de graduação do relacionamento entre alma e universo ao redor. Como Adão e Eva foram expulsos do paraíso por saberem mais do que poderiam, o pecado original nos foi dado pela mortificação da culpa católica, e apostólica. Mas Alexandra está firme e operante como dizem os deuses da escrita, Hermes Trismegisto, com suas asas voando e andando pelo planeta Terra.

Please follow and like us: