Qual seria a versão do verso numa voz narrativa num poema? o poema começaria como numa cena de filme, o personagem falaria seu monólogo para o público. Se a rima interna do poema necessita de certa melodia, ritmo, tom, o verso diálogo, infinita um pequeno discurso sobre a vida comezinha ou não. Mas no livro de poemas Manifesto de um indeciso, da poeta Thimíris Palloni, litteralux, os longos monólogos de uma voz feminina, alcança a plenitude, uma anarquia ou liberdade da mulher sondar sua alma do jeito ou se colocar da forma mais que o desejo para ela se nomeia. Não digo certo existencialismo sartreano, mas uma experiência quase teatral com a voz no espaço cênico da poesia. A poeta, com uma desenvoltura vocabular, universaliza as fronteiras híbridas, entre prosa e verso, entre som e sentidos, criando um efeito quase sinestésico para o leitor-ouvinte. Temas como finitude-morte são tratadas de forma plasticamente bela. A arte sublime é enaltecida em detrimento do comercialismo atroz de uma obra mal elaborada. Saímos da leitura, que o prazer de ler é parte e fundo da estética da fruição, do prazer de olhar um bom texto.
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