Fernando Andrade – Cada conto do seu livro tem um lugar-paisagem-cenário, e os personagens são muito bem trabalhados esteticamente nos lugares. Comente como foi a escrita de cada narrativa.
Clodoaldo Medina – São três histórias que de fato aconteceram, o que tornou a narrativa facilitada. Só me coube escolher histórias que tivessem um final semelhante, onde o “herói” escapava ao final.
Fernando Andrade – No segundo conto a referência ao livro do Hemingway funciona muito bem criando um contraponto à sua história. Fale mais desse conto.
Clodoaldo Medina – Essa é uma história que sempre me fascinou. Além do livro genial temos um belo filme como referência, com Tyrone Power, Ava Gardner e Errol Flynn, entre outros. Queria, de alguma maneira, reviver aquele enredo. Naturalmente coisas de um jovem romântico. Não podia imaginar que a minha história ao final ficaria bastante semelhante à do próprio Hemingway.
Fernando Andrade – O primeiro conto tem uma pegada mais cronista, o lugar toma importância tremenda na narrativa. Comente.
Clodoaldo Medina – É verdade, a história do rio São Francisco teria que ter uma importância maior. Nem todos conhecem bem o rio Assim como as diversas localidades visitadas teriam que ser mostradas em suas diversidades e riquezas. Isso deve ter dado uma importância à geografia e aos aspectos humanos e sociais da população ribeirinha.
Fernando Andrade – As três narrativas são muito visuais, tem linhas quase cinematográficas. Como foi este tom da escrita.
Clodoaldo Medina – Posso ter sido influenciado pela linguagem do cinema, naturalmente. A minha geração certamente o foi. Vejo no ultimo conto, por exemplo, o de Tetouan, referências ao “Expresso da Meia-noite”, do Alan Parker, com o Brad Davis sofrendo em uma prisão turca.
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