Poema impolítico, de José Pascoal

 

POEMA IMPOLÍTICO

Não quero o que não tenho,
Não faço o que não quero,
Não tenho o que não faço,

Algumas raparigas
São cor de chocolate,
Outras são cor de amêndoa,

O gato Bombaim
Deixou de ser vadio
E só quer ouvir música,

Até agora, tudo
Bem, ou do mal o menos,
Mas, devo confessar,

Estou insatisfeito
Com o rumo das coisas,
Aqui e em Bagdá,

Com tantos militares
E banqueiros do medo,
O mundo não tem graça,

Não quero o que revejo:
A ordem e o regresso,
A ordem de despejo.

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