Desligue o Whatsapp
As cores psicodélicas
do pôr do sol
das luzes dos carros
na hora do rush
dos olhares hipnotizados
nas telas dos smartphones
As transas alucinógenas
da bolsa de valores
das gravatas dos otários
de Brasília
dos altares canonizados
nas notas de dólares
quero que o mundo pare
pra te fazer ouvir esse som
pra te dizer que desejo
outros tipos de malinações
Pare de dizer
que precisa de negociações
pare de tomar
lithium, ritalina e prozac
desligue o whatsapp
Desgovernado
Para quando
a lua fugir do sol
e só restar a gente
olhando para o céu
não diga que partiu
e deixou as pontas soltas
não diga que existiu
um dia de perguntas tolas
Você cantarolava pela casa
Bauman, Rimbaud e Belchior
eu bebia suco de graviola
E quando a gente estava
de mal a pior
morria Foucault e qualquer
gentileza
Lembro-me da vontade
de contestar
contida na tua garganta
Ouço agora tuas filosofias
E teu clamor pela
liberdade de expressão
As coisas nunca mais serão
Como aqueles dias
de praia, caminhadas e solidão.
Para quando
o samba acabar em troça
e só restar uma viola
radiola e vista para o mar
as portas de Blake se abrirão
e o que for limitado
não entrará na vastidão
do infinito
Movimento Básico de Libertinagem – MBL
A cada dedo dele
pelo meu corpo
o tesão me tomava
Ver o pau dele
ficar duro tão rápido
deixava minha buceta
cada vez mais molhada
Quero que ele me fôda
Acariciava com meus dedos
todo o corpo dela
enquanto sua pele arrepiava
e meu pau endurecia
Embaixo dos lençóis
a cama molhava
e sua buceta fervia
Sua mão foi encontrar minha rola
Seus olhos claros iluminavam
a punheta bem-feita
Sua gula aumentava
e me deixava paralisado
meteu a boca com vontade
De súbito botei minha boca
a chupar os bicos duros
dos seus peitos grandes
Sua buceta pedia meu pau
Virei-a, de quatro
Apertei-a forte contra meu corpo
e meti.
Ela me fode
Daniel Perroni Ratto é poeta, jornalista, músico, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA/USP. É autor dos livros, Urbanas Poesias (Ed. Fiúza, 2000), Marte mora em São Paulo (A Girafa, 2012), Marmotas, amores e dois drinks flamejantes (Ed. Patuá, 2014) e VoZmecê (Ed. Patuá, 2016), finalista do Prêmio Guarulhos de Literatura 2017. Participou das bandas Loco Sapiens, Criolo Branco e Luz de Caroline. Foi cronista do UOL Música, é colaborador na editoria de música do portal Culture-se.com e do jornal Diário do Nordeste. Faz parcerias de composição com artistas da cena paulistana como Tatá Aeroplano, Douglas Mam. Em 2015, participou com poema e voz da música “Brasil”, da banda Bleck a Bamba, ganhando o segundo lugar de melhor música do Festival de Rock de Indaiatuba. Seus poemas também estão em revistas literárias de todo Brasil como a Revista Gente de Palavra (RS), Mallarmargens revista de poesia & arte contemporânea (PR), Revista Quincas (SP), Jornal RelevO (PR), Revista Subversa (BRA/POR), Germina (MG), entre outras. Em 2015, foi homenageado pela AMUSITA – Associação dos músicos de Itaitinga (CE). Em 2016, foi homenageado em duas oportunidades, pela Revista Gente de Palavra e pelo Sarau Sopa de Letrinhas. Curador de eventos literários como a Quinta Poética na Casa das Rosas, também participa ativamente da cena de saraus em São Paulo e, com o poeta Pedro Tostes, criou o Sarau Palavra Subterrânea. Em 2015, Daniel Perroni Ratto foi um dos poetas selecionados pela curadoria do evento para integrar a “Exposição Poesia Agora”, no Museu da Língua Portuguesa, em 2017, na Caixa Cultural de Salvador e na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Participou, como convidado, da XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, onde esteve na mesa “Mercado Editorial” do I Seminário de Escrita Criativa e, também, apresentou seu livro VoZmecê, na Plataforma de Lançamentos da Bienal. Participou do livro Golpe: antologia-manifesto (Nosostros Editorial, 2017) Daniel Perroni Ratto é editor da Editora Algaroba.
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