ESTÁTICO
E toca a música da vida…
Eu que não danço,
estático remanso
na contramaré da massa,
assisto,
dedo em riste,
à vida que passa…
VELHO PORTÃO
Soldado e trincheira,
à beira do confronto,
sempre pronto,
é ponto na fronteira
entre o alvo
(do bandido)
e o salvo
(do protegido).
Desprezado,
sem tinta nem teto,
desfaz-se, apodrece,
mas permanece fiel
em guarda e no aguardo
de que alguém
com ou sem má fé
meta o pé
ou então
vento forte o leve ao chão…
SONETOS À VENDA
Se alguém quiser sonetos, aproveite!
Vendo barato, tudo em promoção!
Faço de tudo: escárnio ou só deleite.
E o pagamento é “cash” ou no cartão.
O tema, cê que escolhe aí, se ajeite.
Que o preço pode ter variação:
Soneto de direita é caro, aceite –
Faço 5 mil paus, grana na mão!
Se for de esquerda o preço ê mais maneiro
Que faço pra dar força aos “companheiro”:
São 20 contos pra pagar dia 10!
Se for de amor aceito um “misto quente”,
Mas se o soneto é só pra comer gente
Se funcionar o preço é “dois merréis”!
Parabéns César, goste muito dos poemas, em especial o “Estático “, realmente forte, além de tratar-se de uma grande verdade!