Fernando Andrade/crítico de literatura e jornalista
Sentido e referência eram dois soldados perdidos num front sem rosto, sem nome, sem corpo. Duelavam palavras num tropel de carteado onde o acaso vinha com o som das palavras numa cascata ( aqui não digo mentiras) mas sim, num volume alto ( aqui não digo, som) de versos, cantaversos, cujo autor sumiu!
Sentido procura um guarda… volumes de medir a distância existente entre imagem e sentido e seus potentes significados. Referência ficou lá guardando lugar sem saber se o seu amigo do coração; sentido voltaria para que o leitor deste livro que me debruço com as mãos cheias de interpretações musicais e sensitivas. Pois te digo que Marcelo Torres, botou estes dois personagens à distância, no seu lúdico livro de poemas Saindo sem avisar\ Voltando sem saber de onde, editora Córrego.
O autor, ou melhor cantautor, faz um belo repente sonoro, de um tropel à cavalos quase como um trote ( aqui não digo mentiras nem falso testemunho) de versos que se acumulam em velocidade cruzeiro, estonteantes, quando a rítmica parece que traça certa estética di verso-caixeiro-viajante. As referências são es (coisas) escusas na medida que o autor as aproximam de um estilo rápido e preciso de melodia quase ráp (ida) de um trovadorismo agreste.
Canções de Lula Queiroga onde aboiam o som\sentido, uma certa fluidez linguística em trabalhar a linguagem no que ela tem de transversal a certa norma, digamos social, pois esta maldita farinha de governo abole, mitiga e mastiga os multi(uni)versos do sentido.
Be the first to comment