Quatro poemas de Rosa Acassia Luizari

  • ROSALUIZARI - Quatro poemas de Rosa Acassia Luizari

 

Rosa Acassia Luizari é pedagoga formada pela Universidade Estadual Paulista. Atua como docente na rede municipal de ensino de Rio Claro-SP. Membro da Academia de Ciências, Artes e Letras do Brasil (ACILBRAS)-cadeira 525-Patrono maestro Caraaüra.
Participa do Caderno Literário publicado mensalmente pela Editora Pragmatha, dos projetos da mesma editora, de coletâneas de poemas, contos e crônicas de diversas editoras no Brasil e no exterior. Participa do movimento Mulherio das Letras de São Paulo e de Portugal. Os textos da autora estão publicados também nas revistas Desvario, Avessa, Literalivre, Brasil Nikkei Bungaku, Evidenciarte e Revista de Poesia da Editora Trevo.

 

 

Esclerose do tempo

Esclerótica,
externa, insana,
recobre o medo
que perpassa aos olhos
do teu tempo-espaço-imensidão,
passar das horas minúsculas do chão.

 

Distante

Jogo-te às traças,
a ti e a teu lamento,
a lama que te cerca
é o fio de contentamento
que te leva a mil milhas distante
do meu corpo são em encantamento.

 

Em definitivo

Entre o ser e o não ser
prefiro a questão,
contida na ideia,
na opinião.

Entre o ser e o não ser
eu renego a essência
da ideia fadada
à convalescência.

Entre o ser e o não ser
prefiro a lacuna
contida na ideia
em plena tribuna.

Entre o ser e o não ser
eu nem entro e nem saio
segura a marimba
se não eu caio.

 

No cerne da questão

No cerne de tudo, está a questão
De doxa eufórica, de opinião.
No cerne de tudo, está o problema
Da resolução ancorada no esquema.

No cerne do medo, o motivo ocultado
No dia de hoje e no santo ancorado;
Na mesa o carnê a esperar o carimbo
E a mulher a querer a saída do limbo.

No cerne da alma, palavra acabada;
Em cima da mesa, a panela sem nada,
No corpo tão sólido, sonho vazio
No copo tão líquido escorre teu brio.

No vocábulo extenso, o cerne do nada,
Na gíria macia, a novela rasgada;
No tempo passado, o grito de alerta;
No cotidiano, a porta aberta.

O livro guardado abriga a ideia
O dia a dia, questão que se encerra
No meio do ódio, caminho do não
No seio do amor, impensada ação.

Questão encerrada ao final do dia,
O cerne do nada em tua ousadia,
A mim já não cabe o tom do enredo
Questão resolvida na mira do medo.

 

 

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