Havia uma multidão embaixo do sol. Sem como localizar fronteiras não poderia saber como e da onde chegavam a dar naquela concentração de gente. Haviam pessoas tanto vestidas quanto nuas, nas ruas, que um possível referendador não sabia porque se colocavam em especiais posições numéricas. Não havia algo a acontecer, não havia palco para um show de rock. Havia sim, um mar que passava calmamente pela área oeste onde o povo parece que caminhava. Uma eterna preocupação em não deixar a aglomeração com o sol na cabeça. Portanto eram ministradas a estas pessoas chapéus ou barracas de sol onde poderiam se proteger dos raios solares. À norte não se poderia ir. Pela constante cadeia de montanhas que parece que fechava o acesso ao ponto cardeal mais alto desta localização de pessoas. O sul ainda não averiguado, parecia ou poetizava-se em miragens, ou sonhos, às vezes, delírios. Certo, que era a área confinada a não ir, pois um filosofo havia dito que o medo é uma forma de delírio.
As pessoas ajuntadas estavam aparentemente calmas, tanto as vestidas, quanto as nuas. Com um certo grau de solicitude que gera empatia, mas não se transforma em comunicação. Elas faziam pequenas trilhas em busca de movimentar os músculos entorpecidos por longo tempo de inatividade em casa. Apenas isso, por favor, sem ir de tal ponto de A à B. Não foi relatado casos de afogamento, nem muito menos, banhos de pessoas que se encontravam sem roupa. O mar parecia que estava por lá, como uma paisagem, apenas. Assim como ninguém buscava o contato das águas salinas, também à Leste ninguém ocorreria pensar de se lançar impunemente. Havia o deserto das serpentes ofídicas (órficas). Estavam protegidos pelo quadrante até porque sabiam… ou eram o ponto de referência entre os pontos cardeais. Ao entrarem no deserto estariam no terreno da mitologia-fabular onde os fatos são narrados sem bases de perspectiva ou mesmo da expectativa de vida. Cobras são morfemas extremamente maleáveis do ponto de vista da legitimidade.
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