Três poemas de Solivan Brugnara

 

SOLIVAN 300x200 - Três poemas de Solivan Brugnara

 

 

 

Puabi

Quando a conheci Puabi da Suméria,
estava com as mãos sujas de barro.
Pensei que era filha de um oleiro,
mas estava tão bem vestida.
Pedi, por que suas mãos estão sujas de barro?
Ela sorriu e disse, é que gosto de
escrever poemas em cuneiformes.
Desde então sempre a vida
nos deu a felicidade de estarmos juntos,
reencarnei tantas vezes,
mas sempre amando a mesma pessoa.
Quando nasci homem,
ela era mulher,
se nascia mulher
então meu amor era homem.
Quando nasci homossexual
ambos, eu e ela nascemos com o mesmo sexo.
E quando ela renasceu pomba
eu também nasci pomba
e arrulhava orgulhoso de nosso ninho.
Desde que conheci Puabi,
a tantas gerações,
nunca mais reencarnamos
como libélulas ou leopardos,
por que libélulas ou leopardos
não formam pares para a vida toda.

 

Quase

O tiro passou perto
A faca aranhou
A pedra relou
O raio roçou
O estilhaço muito rente
O chifre esfregando
A flecha raspando
E o veneno quase matou
O canino riscou
O chute fez vento
O bote foi próximo
O soco zuniu
O escombro esbarrou
Errou, mas questão
Centímetros, segundos e graus
Por um triz, um fio
Passou assim que
O coração contraiu.

     

A traição do leite

A primeira traição foi do leite
que me amamentava.
Quando tentei tira-lo do fogo
para abraçar.
Com o peito ardente disse:
O leite me mordeu mãe.

 

 

Solivan Brugnara, nasceu em dois vizinhos-PR, reside em Quedas do Iguaçu-PR. É formado em administração de empresas pela Facepal-Palmas. Foi escolhido como um dos 101 poetas da historia do Paraná na antologia de 101 poetas paranaenses editado pela Biblioteca Publica do Paraná. Com quatro livros publicados, Incoerências, Encantador de Serpentes, Balaio e Delírios. Todos ilustrados por ele com telas e fotografias e gravuras e composições musicais que inclui nos livro com partituras, no livro Balaio teve um encarte com CD com uma seleção de 90 fotografias de sua autoria, e no seu ultimo livro Delírios um novo CD de musica nativista e um curta metragem chamado “Ador é colorida”..Participou das coletâneas sangue novo na anemia e lua única da Confraria terra dos poetas, , participou de revistas especializadas em literatura como a Coyote e no jornal da biblioteca Pública do Paraná Cândido, nos seus livros sempre buscou aglutinação de vários estilos poéticos.

 

 

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