É difícil preencher o lugar de espaço vazio? o objeto é um ser nucleado para tê-lo como casa? se as palavras se juntam, deixando apenas um rabo entre elas, o porquê fazem tanto sentidos? Uma palavra quando entra num labirinto precisa de outras para formar uma frase? O labirinto é um trajeto sem sinal de encaminhar, como um poema, ele não dá a direção certa do significado em desembocar na saída deste meio circular onde as referências, às vezes, não estão tão perto do signo grafado. Diríamos que o labirinto é arbitrário enquanto forma de desfecho de um sentido\ horizonte.
O poema se torna reflexo de uma lógica não binária, quando passeia pelas ramagens de sua copa tão densa e ramificada de signos. E se botarmos bichos e animais não pensando num bestiário à la Cortazar dentro deste espaço entrecruzado – que espaço da mente? Estes animais poderiam flexionar com suas consciências de ruminantes. O poeta Henrique Pitt em seu novo livro de poemas, Labirinto & Animais endêmicos, Editora Penalux, metamorforiza a forma do poema em espelhos onde as imagens internas dos versos entram pelo buraco da agulha que cerze a capacidade de entender o poema quando ele cai em desvão de sentidos.
Os animais seriam uma consciência próxima a nós enquanto seres que formam padrão, com dar e receber estímulos, ter uma reação depois de uma certa ação. Ou seriam apenas seres de caça que obedecem à voz de seu dono referencial? Henrique cria uma narrativa quase polimorfa onde ato da escrita se reflete na sua própria miniatura de desenho encoberto pelo pergaminho literário.
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