Livro “Bilros” cria belos paradoxos poéticos em poemas cinemáticos

BILROS CREMASCO LITERATURA FECHADURA - Livro "Bilros" cria belos paradoxos poéticos em poemas cinemáticos

Um sujeito apagado resolveu queimar a ponta do poema. Mas não viu por descuido gramatical que o poema tinha um sentido lá no meio do seu corpo. Embora fosse um poema surrealista, cheio de imagens, a flama incendiária havia restado-lhe cinzas do signo revelado mais normativo. O poema era curto e clamava por extensão, e não por redução. Só que o sujeito não sabia consertá-lo. Ele não era escrevinhador, era escriturário.  Só lhe restava a tecla do computador copiar e colar. O espaçamento é um tema de sugestão.

De lugares onde sentidos podem se equivaler ou se contradizer em arritmias sentidas. Como vi ao ler os poemas do poeta Marco Aurélio Cremasco em seu belo Bilros pela editora PatuáPrimeiro, o poder de síntese do poeta em desenhar cenas muito curtas quase de pequenas | shorts metragens. Não há no percurso nada de negação, dirá que são exageros de paradoxos poéticos, onde o desejo logo é bloqueado por algum super eu chato e mal criado. Marco segue não só o caminho da lógica do sentido num percurso extremamente cinemático, mas também, se detém na forma de um sonoridade única em grafar palavras na quebra de uma paradigma linguístico.

 A reversão não é da lógica que muda o percurso. E sim, de uma expectativa de uma ordem nominal e normativa de onde o poema pode ou deve se dirigir enquanto dança ou movimento para o seu desfecho. Aqui se deve ao fato que o poeta trabalha pelo veio associativo de imagens onde um coisa semântica puxa a outra em nexo causal, mas também, estilístico.Gerando quase contorces de significados numa pequena mancha de texto.  

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