por Marcelo Frota
Na obra As coisas andam meio desalmadas (Editora Penalux, 2020), com autoria de Thainá Carvalho vemos a alma pelo lado de dentro, por meio de uma fresta, que nos revela por inteiro, como se fosse um espelho, ou quem sabe uma fotografia, desnuda-nos em versos, em rimas, em sutilezas.
Ao ler As coisas andam meio desalmadas, você escancara sua alma por entre as portas e janelas abertas em si. Revela-se para o mundo. Esse livro é um retrato, ou quem sabe um varal de memórias, que se expressão entre linhas, entre histórias, entre momentos.
É uma obra que nos ensina a ver a vida com mais cor, com mais sabor. Como já disse Bráulio Bessa “Gosto de comparar a poesia a um abraço, que consegue fazer um carinho na alma sem nem saber qual é a dor que você está sentindo. A poesia se adapta à sua dor. É um abraço cego e despretensioso, como quem diz: ‘Venha! Tá doendo?
Pois deixe eu dar um arrocho, que vai lhe fazer bem.”
Comecei a leitura dessa obra de forma despretensiosa, mas me deparei com uma grande simplicidade e audácia que Thainá usa para se expressar. Para entender essa obra, você deve entender a si mesmo, deve se conhecer, deve se superar, deve conseguir ver a si para conseguir enxergar o outro.
Quando lemos “Procuro algo / vívido / sangue / que pulse / minhas veias / desnutridas./ […] / Um quê / de sal / à flor da pele / um tempo / marginal / que inquiete.” (Poema intitulado Pressão Baixa), percebemos que no meio das cinzas e das sombras, alguém procura renascer, assim como uma fênix.
Mas Thainá também nos apresenta cenas comuns do cotidiano, algo como quando fala “Pluviais / e milimétricas / nossas bocas / de pernas pro ar / no sofá / da sala.” (Poema intitulado Juventude) onde percebemos que coisas simples e banais nos fazem bem, nos trazem paz.
Por meio de uma simplicidade extrema, Thainá Carvalho faz você caro leitor adentrar dentro de sua alma, e da autora também, e ter a oportunidade de vivenciar as experiências humanas pela poesia. Deixe-se transformar e abra a sua alma, assim como Thainá o fez.
Muito obrigada por essas observações tão atentas do meu livro. Parabéns por esse espaço que espalha literatura e amor. Abraços.