por Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura
Vocês já viram aqueles dardos que o pessoal lá da África atira nos animais para fazê-los dormir por algum motivo, como tratar das feridas. É o famoso botar para dormir. No Brasil termos também estes dardos que são inoculados por algum tipo de dementia social, muitas vezes, nutridos por excesso de grana.
Eles promovem delírios ideológicos naqueles ricos que gostam de dizer aquela frase – Você sabe com quem esta falando? A árvore genealógica no brasil? Dá ou cai do galho – aproveitadores do espírito público, como roubar vacina das prioridades.
Ter ou possuir a noção de conforto à qualquer custo em cima de quem tiver por baixo. Só digo que não é a desvalorização do real, porque Freud já disse que real tem princípio.
É uma bagunça gente, e fico contente que um poeta como Bruno Molinero, dê uma chacoalhada, neles, neste livro, Férias na disney, que é quase uma ode enredada na cultura do homem cordial, e suas deturpações, na malemolência do gingado do jeitinho brasileiro.
O poeta num recorte intensamente irônico, desfila cenas onde a prepotência dos bem nascidos fazem filme que de chanchada não tem nada. Para isso sopesa a levedura; uma pimenta ardida no neon e na linguagem quase satírica das falcatruas\extravagâncias que de cabo a rabo abunda neste imenso país – podemos televisionar ou ler num belo livro como este Férias na disney, pela editora Patuá.
