Fernando Andrade | escritor e jornalista
Livro de poemas, Meus fantasmas dançam no silêncio, faz do silêncio uma ética poética para escrita. Vamos cantar o silêncio com a voz de um poema mineiro. Que venha lá do Confins das Gerais, que tenha cais de Milton, que chegue algum navio para maritimar melodias. Vamos jogar uma peça muda, que tenha o retinto silêncio dos personagens de Chaplin. Falar da perseverança do estar vivo e falando nesta selva de antagonismos, polaridades de certos e errados, direita versus esquerda. Vamos apenas nos ater a trilha das palavras, quando fazem som, e não verbo, quando fazem poesia, e não guerra. Vamos ler então Nádia Camuça, em Meus fantasmas dançam no silêncio, pela editora Penalux, para viver e experienciar os anarquistas circences que fazem redondilhas com as estrofes, Que amam Ana Cristina Cesar e Hilda na mesma audição do vinil. A poeta declara e declama em alto e bom som que poesia e o teatro salvam as almas levadas e danadas ao fogo da paixão. Pois a paixão é escrita em versos e a música rodopiante da mão de Nádia diz ao front que a arte será sua libertação, sua alforria da tristeza do jugo patriarcal. A poeta não escreve simples, tem toda estética de autoria lida e amada por ela por tempos de leitura, apaixonante. Referências, homenagens cartas, homilias, tudo musicado em cifras e letras.
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