Livro ‘A fauna e a espuma’ num livro híbrido entre o ensaio e a ficção fala da queda do homem de forma poética e filosófica

romulo moraes - Livro 'A fauna e a espuma' num livro híbrido entre o ensaio e a ficção fala da queda do homem de forma poética e filosófica

 
 
 
 
 

Fernando Andrade | escritor e jornalista

O jogo tem suas regras, a matemática dos números. Mas um ensaio num livro tem já uma dinâmica entre pensar e convencer sua filosofia, será?
Mas o ensaio não tem regras, como um jogo teatral poderá ter como marcação do texto em cena, no palco. Mas quando experimentamos no jogo da ficção, uma parte do pensar ou refletir, alcançamos uma liberdade inédita, em que o poder da fabulação, se imbrica com questionamento sobre até arte de imaginar, ou criar símbolos para o universo imagético.
Em A fauna e a espuma,  da editora 7 letras, seu autor Rômulo Moraes faz uma fabulação especulativa, onde a religião, a arte, a ciência  se interpenetram com suas fissuras e espelhamentos. A primeira parte, a parte clara, contos que observam como nós nos fazemos da linguagem uma forma de absorver o céu não de forma literal, mas simbólica e metafórica, criando uma psicanálise do desejo por um vazio sideral e estelar. São narrações onde a imaginação voa e libera a serotonina das pulsões.
Na segunda parte, escura, a queda de Adão, os pensamentos nada metafísicos, mexem com as pulsões da morte, dos anjos caídos, do poder dos reflexos diabólicos, do purgatório das ideias infernais.
Lidam com suicídios, a perda de um pai, o poder das mãos tão romanescas, e performáticas.
Rômulo abre todas as fronteiras dos gêneros, criando uma hibridização textual, onde a poesia, se reflete no pensamento abstrato, a prosa se confunde com a especulação metafísica, criando um belo livro inclassificável como modelo de padrão de definição.

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