Fernando Andrade | escritor e jornalista
Podemos elaborar um luto com a vida que se move como um cinema itinerante.
Perpetuar imagens que estamos vivos em sintonia com os outros. Fazer escalas em cada camada interna de nós mesmos. Descobrindo viagens, estrelas do céu, uma caminhada por centro de São Paulo.
Mas podemos traçar linhas como pintura; como traços e escrita num poema pintado na tela da existência. Lorena Martins faz cartografias de percursos, de marcos de fronteiras onde o corpo não basta para deslocar-se entre culturas. É preciso neste livro precioso dela chamado A passageira editora 7 letras, transcorrido o tempo através da escrita pintando diários de anos indefinidos. Sublimar criadores prediletos recorrendo a tessitura de referências e citações numa linha modular onde o eixo central não exista, pois, está em passagem, em deslocamento. Lorena trabalha com a arte pictórica traçando cores entre corpos matiz e sombra sobre fisionomia do artista.
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