deste(MINHA)mida
Ela
segue, cega e viva um
ritmo dela.
Se coloca, se transporta – feito brisa – se desloca num canto longe
e dela.
Não sente medo – é passarinho!
Nada boba, voa, voa. voa, ela.
Quanto mais bate
o mar e pesa a água
mais ela, cega, segue.
SANTA
Feito súplica
Eu, levantando-me, a testemunhei
e a distância entre nós era pouca, quase um fio.
Ajoelhada e ainda de olhos fechados, trazia na cabeça uma
trança mal traçada de um ruivo bruto – parecendo fogo em combustão.
Nas bochechas impregnava-se um rosado de quem
Há muito tempo não beijava
Ou pior!
De quem nunca ouvira o possessivo ‘Minha’
de ninguém.
Banhada
pelas luzes das velas e dos anjos
que confidentes também a espionavam
ela era Santa
E enquanto assim fora – SANTA – realizara um milagre!
Pois eu, para tê-la, até Santo virava.
Ciranda
Balançou-me
o balanço
Balançou-se
o ar
e grandemente – num sopro – me vi
gente.
Balançou-se
a vida
Balançou-me
o balanço
E diminuiu ainda mais
a pequenez que no
bolso se traz
E expandirá aquilo
que o peito – que só peito – reparte.
E agora
depois que a esperança fora
pega no colo,
meu corpo – que ainda é
menino – voltou a
sonhar
e feito um
espiral
de afeto
deseja
unicamente
girar
girar
girar
girar
girar
e ser o vento.
Raul Felipe Sennger está cursando o último ano do curso de Letras. Tem uma paixão íntima pela poesia. Adora cinema e todos os tipos de histórias.
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Muito lindos esses poemas..