GESTAÇÃO
dentro do dizível
o corpo fecundo
à voz do indizível
poço sem fundo
nasce o poeta
grávido do mundo
EPITÁFIO DA NORMALIDADE
sem poesia
jaz aqui
a vida infecunda
O ABRAÇO DE HERÁCLITO
não sei
o sabor
da água
do futuro
se estou
imerso
no presente:
é amarga
ou ternura?
é serena,
taciturna?
os rios
não voltam
ao passado,
uma rocha
escura;
apenas
o instante
cabe nas mãos
Gabriel Cortilho (1992- ) é poeta e professor de História e mestrando em educação. Possui como referência central a poesia de Fernando Pessoa. Tem poemas divulgados pelas revistas Gueto; O Poema do Poeta; Mallarmargens; Ruído Manifesto; Escrita 47 (Guatá- Cultura em Movimento). Organiza seus escritos em livretos, sendo eles: Atemporal/Cronológico (2014), Transitório (2015), A Transa dos Besouros Verdes (2016), O Poema e a Cachaça (2017), Javali Radioativo (2017), A Carne e o Licor de Moscas (2017), Os Fios Esquecidos Pelos Olhos (2017), O Poema Entre as Ruínas (2018).
www.mallarmargens.com.br
www.ruidomanifesto.org
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