Flutissonante
Ornada de ametistas
aporto, amor
à tua mansarda
Ao longe diviso teu corpo
veludo magnetizado
em desejo
e quase tateio
o antegozo
Caminho
vestida em rendas
rubra e líquida
Há sempre um poema
vagando obsceno
em minha língua
Há sempre uma febre
fazendo-me nua
Aporto, amor
em tua pele
incandescendo
Mimetismo
Transmuto-me
sereia, onírica
deitando em tuas águas
meu corpo, meu verso
ígneos
Intermitências
O que em ti há de mar
sereno, brando
em mim, centelha
não pede,
vocifera
Anna Apolínário, natural de João Pessoa, Paraíba, publicou os livros de poesia: Solfejo de Eros (CBJE,2010), Mistrais (Prêmio Literário Augusto dos Anjos, 2014) e Zarabatana ( Patuá, 2016). Participou da antologia de contos Ventre Urbano (Penalux, 2016). É co-organizadora do Sarau Selváticas de autoria feminina.
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